terça-feira, janeiro 31, 2006

Uma palavra aos Reis...

Eu sou um jovem com coração grande, e saí dotado com "fair play". Muitos dizem que sou fanático, e até posso ter alguns tiques de... mas não gosto de gozar com ninguém, até porque não gosto que me gozem a mim. Mas hoje, passados já alguns dias, não podia deixar de dar as boas vindas aos "mais de 6 milhões" de reis, que estavam presos há alguns meses nas barrigas dos encarnados. Sejam bem-vindos!
Quanto aos benfiquistas... Espero que tenha servido de lição. Vocês não são os maiores do mundo, não são o máximo. Um bocadinho de humildade no futuro... só vos fica bem :D

Ah pois é!

"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido.Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem,tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo.
O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode.
Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A"vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária.
A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém.
Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder.
Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Miguel Esteves Cardoso

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Dwarf


Bem, deixa-me ver por onde começar! Tenho andado sem tempo nem cabeça para escrever (menos cabeça do que tempo, o que não é novidade para ninguém!), e quando arranjei inspiração, o site estava fechado! Eu a sair de manutenção, ele a entrar. Como podem ver, a inspiração foi momentânea, durou uns 5 minutinhos. Daí a minha irritação! A inspiração não vem sempre, há que aproveitá-la quando decide fazer uma visitinha... Posso dizer que é bom sinal estar a voltar a ser estúpido. É a minha essência, sou estúpido de origem, e não gosto quando acontece algo que me leva para o drama. Vejamos, dizia eu na minha despedida anterior, que o post seguinte seria mais divertido do que aquele. Os acontecimentos seguintes, impediram-me de escrever fosse o que fosse mantendo essa promessa. Daí escrever hoje (poderia ter escrito já ontem, não fosse a manutenção alheia), que já há motivos para rir.
Perguntam vocês: E porquê este título? Ao que respondo, ser uma homenagem a um irmão! Gonçalo Moura dos Santos de Sousa Magalhães. Apareceu no jornal da Sic, no sábado, uma notícia sobre ele. Infelizmente, a reportagem foi pelos piores motivos, por aqueles em que nunca vemos quem gostamos ou quem nos é importante. Um acidente muito grave... Não se sabe muito bem o que aconteceu, apenas que ele ia a caminho de azeitão ter com a Telma (namorada dele), e que tinha saído de um jantar no bairro alto (onde eu também estava presente). Importante mesmo é saber que ele está bem, ainda hospitalizado mas bem! Uns quantos arranhões, 3 costelas partidas, o cúbito igualmente fraturado e uma luxação na clavícula (os dois últimos já operados). O mais preocupante era o pulmão. Falando para leigos (que é o que eu sou), consta que esse órgão criou um líquido de defesa, próprio do embate, e parou de funcionar durante umas horas. A questão seria voltar ou não a funcionar, por si ou assistidamente. Voltou, por si! Daí ter sido já operado! Daí, mais tarde ou mais cedo, ele estar já de volta às nossas parvoíces. Daí eu poder rir-me de novo, poder regressar à minha condição de estúpido oficial... à normal, resumindo!
Agora escrevam comigo 500 vezes: SE CONDUZIR, NÃO BEBA! (só vou escrever esta vez, as outras 499 escrevam-nas vocês:-P)
Só mais uma coisinha, para ressalvar a reputação do meu maninho... Se houver alguém a ler isto, que nunca tenha tido a sorte de o conhecer ao vivo e ainda a venha a ter, ele é mesmo o nosso dwarfzinho!! Não encolheu com o acidente ;)
Até já, já com ele em casa!

terça-feira, janeiro 17, 2006

"calinudes"

Boas. Visto já não escrever há bastante tempo, duvido bastante que alguém venha sequer a ler isto. Independentemente disso, tenho de escrever. Tenho de escrever porque preciso, porque cada vez mais, sinto que me faz bem, que me liberta o espírito. Tenho tido uns tempos difíceis, muitas incertezas, muitas desilusões... resumindo, um início de ano algo atribulado. Não vou especificar, nem muito menos entrar em lamúrias desnecessárias que, muito provavelmente, irão caír no esquecimento ou na simples incompreensão, perfeitamente aceitável para quem não conhece a totalidade dos factos. Mas faz-me bem, e faço-o em forma de desabafo.
Começo por explicar a palavra "calinude". Para quem conhece o significado de calinada, e parto do pressuposto que todos vocês conhecem, "calinude" difere ,apenas e só, no facto de ser em forma de atitude e não de palavras ou expressões. Para que saibam o que sinto em relação a ambas, calinadas divertem-me, "calinudes" desiludem-me e deprimem-me. E se me rio imenso com as minhas próprias calinadas, no que toca a "calinudes" faço os possíveis para não as cometer. Se me sai uma de quando em vez, fico triste e desapontado comigo mesmo. Embora tenha a certeza que, quando acontecem, são totalmente inconscientes e sem qualquer fundo de maldade (o que me transmite uma espécie de consciência tranquila), sei que podem ser danosas para com terceiros. E por isso mesmo, evito ao máximo que aconteçam.
Escolhi este tema porque, ultimamente, tenho sido alvo de algumas "calinudes" (e desculpem-me a insistência nas "" mas, até prova em contrário, é uma palavra que não consta do nosso dicionário), não muitas, mas com o poder suficiente para me deixarem no estado em que estou. É que, como bom "balança" que sou, se há coisa que não suporto é injustiça. E infelizmente, é usual os justos pagarem pelos pecadores. Sim, sou justo! E não tenho qualquer tipo de dúvida em afirmá-lo. E é por isso que me sinto no direito de escrever o que escrevo, de exigir o mesmo que me é imposto a mim. E mesmo que exigido não me fosse, sê-lo-ia da mesma forma. Porque o sou por convicção, por uma questão de valores e ideais.
Chamem-ne totó, ingénuo, mesmo parvo... mas durmo bem comigo mesmo!
Até à próxima, provavelmente mais divertida do que esta...
Muitas calinadas, e raras calinudes para todos nós...